terça-feira, 2 de junho de 2009

Palavras com P

PASSETA. (c.l.c.) Pedaço de arame comprido que os broqueiros de Camboriú usam com uma trouxa de pano na ponta, para enxugar o orifício (mina) da pedra onde será colocada a pólvora para detonação. O Escritor José Ângelo rebelo em seu livro “O Menino e a Pedreira, consignou “paceta”: “Enquanto secava o pano, preso pelo extremo da paceta que utilizava para enxugar a mina” ( p 25)
PACAGUARA. Topônimo florianopolitano.
PAÇOCA. (c.l.c.)1-(subst.) Qualquer argamassa que contenha mais pó que água.
2- (subst.) Guloseima feita de amendoim, mel e farinha.
3-(Adjt.) Mulher baixinha e gorda.
PAGUESSABA. Topônimo de cidade de Araquari.
PALAIO. Uma das ilhas do Rio Camboriú. Provavelmente derivado de parálio, que quer dizer perto do mar. Marítimo.
PALAME. (Med. pop. cat.) Enfermiço, anêmico. Palavra que origina o adjetivo empalamado. (S. Jr Termos cit)
PALAMENTA. Bateira de dois remos. Remar com dois remos ao mesmo tempo.
PALANTEADA. Agarrada pelos quadris. (D. Soares p 14)
PALETA. 1- (Anat. pop.) Omoplata. (O. Cabral BCCF nº 04)
2- Nome de um jogo também chamado malho ou malhão. (Jéferson Davis de Paula - Termos e expressões regionais BCCF)
PALHEIRO. (c.l.c.) 1- (subst.) Cigarro de palha. Var. Palhero.
2- (adjt.). Brincalhão, “dizidô” de bobagem.
PALOQUE. Café com farinha, na cidade de Imarui.
PAMONHA. Tanso, burro. Guloseima feita de milho verde.
PAMPA. (Do quíchua pampa, ‘planície’, através do esp. plat.)
1. Diz-se do animal de cara branca.
2. Diz-se do cavalo malhado em todo o corpo. Var. neste caso: pampo. Q.v.
3. Grande planície, coberta de vegetação rasteira, na região meridional da América do Sul. (def. A.E.XXI)
PAMPARRA. Sinônimo de exagero. Geralmente acompanhado de preposição e artigo no plural, fazendo a locução “às pamparras”, à beça.
PAMPEIRO. Rebojo com rajada mais forte ou muito forte. (Dicionário de Regionalismos da Ilha)
PAMPO. Tipo de pelagem de animal de cara branca e corpo malhado. (Idem ibidem)
PANACA. Bobalhão, babaca.
PANCA. (c.l.c.)Prosa, prosidade, elegância, bem vestido.
PANÇA. (c.l.c.)Barriga, buxo, barrigudo. “Depois do corte da fita e do blábláblá de político, rolou um frango assado. Foi apenas pra forrar a pança,” (DIARINHO – JC – 23 de abril de 209)
PANDARECO. (c.l.c.)Objeto em farrapos, acabado, estraçalhado. A expressão “Estar em pandareco”, significa, estar acabado, destruído.
PANDULHO. (C.l.c.)1- (adjt.). Amarelo, bafu, balofo, panduru.
2- (subst.) Estômago “Que nem os urubus quiseram para o pandulho.” (O. d’Eça p 38)
PANDURU. Pandulho, amarelo, anêmico. Aloleto tijuquense. (A. Campos Dic. Popular)
PANEIRO. O pano das redes, a própria rede. Var.fonet.: panero.
PANELEIRO. Paspalho, trapalhão. Var.fonet: panelero.
PANGALÃ. (c.l.c.)Aglutinação de pano-de-lã. Pano usado para dar brilho no assoalho das casas.
PANGALÔ. (c.l.c.)Aglutinação de pano-de-louça. Atribui-se à tendência humana de economia de esforço.
PANGARÁ. Topônimo palhocense.
PANGARÉ. 1- Topônimo em Campo Alegre.
2- Eqüídeo ou muar cujo pêlo é de um tom amarelado mais claro que o douradilho, mostrando-se como que desbotado no focinho e no baixo ventre. (def. A.E.XXI)
Cavalo ruim, relés.
PANO. (lit. cat.) Termo que denomina no litoral, as redes dos pescadores. O pano das redes ou paneiro.
PANO MORTO. A parte do pano próximo ao pé da tarrafa, que fica sem crescente, onde vai se fazer o rufo.
PANTANO. Hiperbibasmo com sístole de pântano. Charco, lodo. Barro mole.
PANTURRAR. (c.l.c.)Empanturrar-se, encher o pandulho.
PANZINAS. Barriga grande, grávida. O adjetivo “empanzinado” se origina deste substantivo. (D. Soares p 15)
PAPADA. (c.l.c.)Bunda, nádegas, a “volta do apá”
PAPA-LAVAZ. Papa-lavagem. Espécie de bateira que por não ter o bico, não singra as águas com a mesma facilidade das demais, com isto, as águas produzem com mais facilidade um barulho característico, que faz referência onomatopéica de um porco comendo lavagem.3 Variante de papa-lavagem.
PAPANDUVA. (do guarani) papuam + tuba ou tuva: Cidade do planalto norte catarinense que significa abundância de papuam. Espécie de capim muito comum na região.
PAPARELEPÍPEDO. Forma de dizer paralelepípedo na cidade de Videira. (depoimento do vereador Vilmar Isidoro “Viana”, ao repórter Maurício Roussene, Rádio Menina FM dia 04/08/2001 em Balneário Camboriú)
PAPA-SIRI. Designação dos “manezinhos” do centro do litoral catarinense, principalmente na região litorânea do Vale do Itajaí. “Cantora Papa-siri tá fazendo bonito no Raul Gil” (Diarinho nº 6733 p 13)
PAPASSOI. (Ital.) Guisado conhecido na cidade de Luís Alves que contenha ovo, trigo, água e depois acrescenta-se leite.
PAPUAM. (guar.) 1-Afluente do Itajaí-açu.
2-Nome de um capim abundante no planalto catarinense.
PARALEPIPO. Quanto à prosódia, pode ser considerada metaplasmo de supressão com síncope de paralelepípedo. Se assim for escrita ocorre no raríssimo caso de haplografia
PARANAGUAVA. (do guarani) Nome de Morro e Ilha do Sahy.
PARANAPIACABA. (do guarani) Antiga denominação da Serra do Mar.
PARANHO. (c.l.c.) Nome que se dá à teia de aranha.
PARATI. (c.l.c.) Nome que se dá ao filhote da tainha.
PARELHA. Junta de bois, duas coisas, um par, um casal.
PARELHEIRO. Animal bom de parelha, de boa índole, de boa raça.
PARENÇA. Aférese da variante aparença, artes, figura. Aparência.
PARENÇOSO. Pessoa que faz parença, figura, artes, arteiro.
PARICENÇA. (c.l.c.)Variante fonética de aparecença. Fantasma que aparece, alma penada, visões. Aparecência, aparência.
PAROBÉ. (do guarani) Localidade da cidade de Laguna.
PAROLO. (Ital.) Espécie de tacho de cobre com alças de bronze, que as comunidades de origem italiana usam para cozinhar a polenta. (A. Campos - Nosso Folclore, p 59)
PARRUDO. Forte, gordo, ronchonchudo, barrudo.
PARTE. Geralmente usado no plural “As partes”. As partes sexuais; referência muito especial ao órgão reprodutor masculino. Muito pouco usado quando referente ao feminino. Q.v. Tabaco.
PARTELEIRA. Metástase muito usual de prateleira.
PARU. 1-(subst.) Bras. Peixe teleósteo, percomorfo, da família dos queto-dontídeos (Pomacanthus arcuatus L.)
2-(adjt.). Amarelo, anêmico. Captado na cidade de Tijucas pelo lexicógrafo Ademar Campos como espécie de síncope de panduru.
PASPALHO. Panelero, bobalhão, palhero, palhaço.
PASSADÔ. (c.l.c.) Variante muito usual de passadouro, passador, varadouro.
PATACA. (Bras.)1- Moeda antiga de prata, do valor de 320 réis.
2- Jogo semelhante à chancheta.
3- Peteca.
PATAVINA. Coisa nenhuma, nada. P.ex.: “Não entendi patavina nenhuma.”
PATECA. (L. planalt.) Lorpa, aparvalhado.
PATELÓ. Ilha do Rio Uruguai.
PATESCA. Dispositivo de ferro usado na extração do mármore na cidade de Camboriú.
PATOLA. (c.l.c.)Pé grande.
PATOLAR. Encher o pé, atolar o pé.
PAU DO GOVERNO. Espécie de espeque de ferro, que serve para manobrar as pedras maiores nas pedreiras de extração de granito.
PAU DO RANHO. Gíria de nariz. “levou um cacete em cima do pau do ranho”.
PAVEIA. Chumaço de lã extraída do tucum ou do gravatá, que os antigos usavam para fabricar suas redes. Estriga.
PEABIRU. Via pré-colombiana que se iniciava na atual cidade Garuva. e se estendia até o Pacífico. Os jesuítas batizaram de Caminho de São Tomé.
PEALAR. Laçar animal pela perna. (D. Soares p 15)
PEALO. (l.planalt.) Laço do passarinheiro, armadilha de laço, lacinho.
PECA. (pê). 1- (n. cat.) Quilica, bulica. Registrado na cidade de Joinville.
2- (c.l.c.)Bolinha com a qual o jogador atribui ter mais sorte. Joguinha. Seca ou sequinha. No gauchês é a nicadora.
PECA. (pê). Idiotismo francisquense. Bolinha de gude, quilica, bulica. (S Jr Termos cit)
PECEGA. (pê) Espécie de mandioca. (Walter Piazza- mandioca e suas farinhas in BCCF)
PECHADA. (Do esp.plat.) (l.planalt.) Batida de carro. Esbarrada, abalroamento.
PECHERON. (ital.) Espécie de cavalo, conhecido na cidade de Luís Alves.(Inf. L. C. Tigrão)
PECO. (pê). Certeiro na pontaria. Antônimo de rabão.
PEÇUELO. (Do esp. plat: pezuelo.) Alforge para montaria. “Bem montado, numa ruana com peçuelo.” (Crônicas do Oeste p 31)
PEDRÊS. Espécie de pelagem, salpicado de preto e branco, parecendo pedras. “Cavalo pedrês: nem emprestes, nem dês.” (Lucas Boiteux - Achegas à Poranduba Catarinense, BCCF nº 06)
PEGÃO. (lit. cat.) Pequeno rasgo na roupa, geralmente causada por prego. (Dicionário de Regionalismos da Ilha)
PEGEREVA. (c.l.c.)Síncope de pregereva.
PELADA. (Luís Alves) Espécie de bebida esquentada em frigideira contendo cachaça, gengibre, açúcar, cravo, etc. Queimada. (Inf. L. C. Tigrão)
PELADÔ. (c.l.c.)Variante de peladouro. Lugar onde se amarra um animal, mas que não tem capim: está pelado.
PELAR. 1- Tirar os pelos.
2- Ganhar todas as bolinhas do adversário no jogo da quilica.
3- Queimar com água quente.
PELEAR. (l.planalt.) Lutar, brigar.
PELEGA. Nota de dinheiro de alto valor.
PELEIA. (espanhol platino peleja) Muito usado na região de influência do gauchês. “Certa feita, num bailão de festa de igreja, aconteceu algo muito corriqueiro na época: uma peleia de qüeras machos e mui borrachos de tanta canha que sorviam oitavados no balcão.” (Rádio Peão p.115)
PELENGOTENGO. (c.l.c.) O pênis de criança.
PELHA. (pé). Modo de dizer pele. “Farofa feita de pélha de porco.” (Isaque de Borba Corrêa - Pirão com Milongas - inédito)
PELHANCA. Paragoge de pélha no falar vulgar. Pode ser epêntese da forma mais erudita: pelanca. Carne de última qualidade, formada mais especificamente de peles. “Acusava Antônio Sanford de levar para a casa a carne nobre da Hassy e oferecer para ela apenas pedaços de pelanca.”
PELICA. Pedaço de couro que une as pontas da funda e que serve para apoiar a pedra.
PENCA. (c.l.c.) Pencacho, renca. “Jogava a linha na água / e o peixe vinha em penca.” (Adalcino José da Rocha - (um recado pro dotô) O Pescador p 34)
“O PT da Penha vai apoiar uma penca de candidatos da região.” Diarinho de 21 de abril de 2006
PENCACHO. (c.l.c.) Pedúnculo, pequenos cachos, penca, renca.
PENDENGA. 1-Briga, discussão, dificuldades econômicas.
2-Topônimo da cidade de Penha.
PENSÃO. Preocupação. Ficar pensando em alguma coisa. P.ex.: “Se o filho não chegar cedo, a mãe fica com muita pensão.”
PENSO. (Do lat. Pensun, de pendere.) Que pende, que está pendido para um lado.
PEPERI-GUAÇU. Nome de um rio no oeste catarinense, responsável pela divisa com o Estado do Paraná.
PEPINEIRA..(gíria) Coletivo de pepino que significa problemas, dificuldades. “Os caras se oferecem pra arrumar o problema e acabam encontrando outro defeito. Então a família dá dinheiro pros bem intencionados moços arrumar a pepineira” Diairnho 21 de abril de 2006.
PERAL. Preferimos a grafia com /L/ pelo simples fato que os antigos usavam a corresponde paragógica peráli. Pirambeira, abismo, barranco, grota, penhasco. Buraco em mar, rio ou lagoa. “Num instante a manada estava perau abaixo.” (Crônicas do Oeste p 140)

PERAL DO MIRANDA. 1- Localidade no município de São Francisco do Sul.
2- Braço do Rio Araquari.
PEREBA. (c.l.c.)Ferida, postema.
PEREQUÊ. Rio que banha as cidades de Itapema e Porto Belo e empresta o nome ao “bairro” no estuário do rio.
PEREVA. (l.planalt.) Variante de pereba. (E. Felipe Op cit)
PERI. 1- Peri é o nome dado pelos índios a uma planta semelhante ao junco, abundante em lugares úmidos, brejos e lagoas.
2- Lagoa do Peri, no município de Florianópolis.
PERICÓ. Lajeado na cidade de São Joaquim.
PERIMBÓ. Topônimo na cidade de Bom Retiro.
PERITIBA. (Do tupi) Peri = junco + tiba = abundância. Cidade do oeste catarinense fundada em 1963. Q.v. Tiba.
PERITUBA. (do guarani) Peri = junco + tiba = abundância. Cidade do oeste catarinense fundada em 1948. Q.v. Tuba.
PEROCA. (ró) (manez.) Café com farinha, miguelinho, silivana.
PERORRÊ. Comida típica da comunidade ucraniana catarinense. Trata-se de uma espécie de pastel, feito de batatas cozidas e requeijão, para se comer com acompanhamento de carne moída.
PERRENGUE. Bate-boca, falatório. “Navegantes, passou o maior perrengue na quarta-feira da semana passada”.(DIARINHO – Geral - dia 29/05/06)
PERRICHIO. Localidade situada no sul do Estado entre Imarui e Laguna
PERUCAIA. Nome que se dá à saíra em São Francisco do Sul. (inf. de Ângelo Rebelo)
PESINHO. (c.l.c.)Tipo de imposição no jogo da quilica, que o jogador adversário exige que o jogador que vai atacar, respeite o limite da risca, não podendo ultrapassá-la. Quer dizer que o pé do jogador deve estar atrás da linha.
PETAS. (c.l.c.)Mentira. “Tra-la-lá parece petas/ Tra-la-lá mas é verdade.” (Cantiga de roda)
PETECA. (lit. cat.) Semente de garapuvu. Pataca.
PETELECO. Tabefe. Ato de juntar o dedo apontador ao polegar e bater no lóbulo das orelhas dos outros.
PETIÇO. Diz-se do cavalo pequeno. Pônei. Nanico, pequeno, intanguido.
PEXEIRO. Apelido dos internos do Colégio Agrícola de Camboriú, oriundos do litoral de Santa Catarina. Antônimo: Baitola.
PIÁ. (do guarani) Menino, bigorrilho, rapaz pequeno, pichuá.
Arthur Tramujas Neto aventa a hipótese que tenha origem em “che-piá”: (que quer dizer: meu coração), para os meninos; e de, “che-ína”: para as meninas. (T. Neto - Essa gente de Curitiba - Revista Leite Quente - ano I nº 02 p 21)
PIALO. Laço, esparrela.
PIANÇADO. Asmático.
PIANÇO. Apianço, asma.
PIARA. Vara de porcos, no oeste catarinense. (A. Braun Op cit)
PIARAQUARA. Localidade da cidade de Garopaba.
PICA. (chulo) Pênis, piça.
PIÇA. (lus. Injeção.) (chulo) Pica, pênis.
PICAÇA. (c.l.c.)Árvore do gênero Maytenus, muito semelhante à espinheira santa, que fornece madeira muito própria para fazer cabo de machado.
PIÇACA. Cinto que os carpinteiros usam, com diversos compartimentos para colocar as ferramentas. Guarnição, guaiaca, cinto de carpinteiro.
PICAÇADA. (manez.) Marolas que o peixe faz ao se movimentar. Ressolho “Ela (a tainha) faz um arrepio na água, ela faz umas picaçadas.” (Elaine & Bebel p 170)
PICAÇO. Diz-se do eqüídeo escuro com testa ou pés brancos. Picarço ou pigarço.
PICADOR. Tora que serve de amparo para o cortador de lenha picar as achas.
PIÇALHO. Iguaria da gatronomia do norte catarinense, semelhante à pamonha, comum na cidade de Penha.
PICÃO. 1- (adjet.) Trapaceiro.
2-(subst) Caramona. Nome vulgar a diversas ervas medicinais em todo Estado.
PICARÉ. Espécie de rede usada para pescar siri, conduzida manualmente por dois pescadores em cada extremidade, que vão arrastando pela beira da praia.
PICARETA. 1- (subst.) Ferramenta semelhante a uma enxada pontiaguda, que se usa para cavar barro.
2- (adjt.). Trapaceiro.
3- (adjt.). Diz-se, no centro do litoral catarinense, da pessoa que negocia carros usados.
Em Tijucas pode se ouvir a variante bicoco.
PICAROTO. Nome de uma determinada pedra num dos lajeados do norte da praia de Balneário Camboriú, referência especial na pesca da tainha.
PIÇARRÃO. Espécie de terreno pedregoso e muito duro que se encontra após perfurar algumas camadas, no subsolo.
PICACO. Diz-se do eqüídeo escuro com testa ou pés brancos. Malacara.
PICHILIM. Var de michilim. Espécie de elástico de excelente qualidade, muito cobiçado pelos meninos do centro do litoral catarinense, na fabricação de fundas.
PICHIREVA. (c.l.c.) Variante de “prejereva”. (chula) Vulva.
PICHIRI. Nome de uma montanha na cidade de Imaruí.
PICHIRICA. Nome de um peixe do centro do litoral catarinense.
PICHIRIM. Nome de uma localidade na cidade de Urubici.
PICHORRA. Pequena caneca de barro que serve de apoio para o coador escorrer o resto do café depois de coado. Registrado na cidade de Tijucas.
PICHUÁ. Bigorrilho, rapaz pequeno, piá.
PICHUME. Cheiro de peixe seco.
PICHURUM. Termo conhecido na serra e no oeste catarinense, provavelmente de origem tropeira pois também é conhecida em quase toda a rota tropeirista das Gerais ao Rio Grande do Sul, menos no litoral catarinense. Pichurum, ou pixurum, é um mutirão promovido pelo agricultor para capinar, roçar etc. Depois do trabalho o dona do eito, promove um bailão com comida e bebida como pagamento. Pichurim de carpida, pichurum de roçada etc.
PIÇIRICA. Gíria que designa coisa nenhuma, nada, necas. “Não entendi piçirica nenhuma”
PIÇOCO. (c.l.c.) Pequeno punção de aço utilizada pelos broqueiros para rachar as pedras.
PICOCO. Cascudo que se dá com os nós dos dedos na cabeça alheia. Pipoco.
PICUÃ. (c.l.c.) Pássaro em extinção comum no litoral catarinense.



PICUMAM. (c.l.c.) Paranhos. Fuligem que se desprendia da queima do pavio das pombocas (lamparinas) e grudavam nos forros e nos telhados das casas.
“A fumaça preta das pombocas, alojava-se às telhas e aos caibros e com o tempo, formara na cumieira, pequenas cascatas de picumam.”(Júlio César Garcia “Coluna do Garcia” Jornal Acontece no Vale, Ano I nº 11 p 03)
PICURRUCHO. (c.l.c.) Pequerrucho ou pequenrucho. Menino pequeno, intanguido, muvido.
PIDICA. Negar por usura. (conceito transcrito ipsis litters do folclorista Doralécio Soares dos BCCF.)
Qv. Ridico.
PIFADO. Enguiçado, escangalhado.
PIFÃO. Pileque, porre. “Bão, bão, bão-balalão/ Alferes, tenente, capitão/ Vamos todos à venda / Tomar seu pifão.” (Cantiga popular)
PIFAR. Falhar. Enguiçar. Diz-se de quando não quer pegar.
PIJUCA. (l.planalt.) Madeira podre, carcomida pelos corós. (E. Felipe Op cit)
PILA. Gíria de dinheiro. “ Eu quero um lugar para conhecer a Argentina e ganhar uns pilas.” (O Velho Balseiro p 68)
“Botou 20 pilas na mão dele e suplicou: - é para você almoçar no restaurante aí da frente.” (Rádio Peão p.102)
“A mensalidade foi estipulada em 25 pilinhas mensais (Jornal Diarinho nº 6728 p 14)
PILEQUE. Pifão, porre, bebedeira.
PILHETA. (c.l.c.) Espécie de forma que os broqueiros fazem para temperar suas ferramentas.”As ferramentas devidamente apontadas e, na temperatura certa, visualmente avaliadas pelo pai, eram postas de pé na pilheta, com a ponta mergulhada na lâmina da água” (J.A. Rebelo - O Menino e a Pedreira, p14)
PILIDA. Variante de pivida ou vilida ou ainda, bilida.
PILUNGO. (l.planalt.) Cavalo imprestável. Q.v. matungo, mutungo.
PIMBA. Som onomatopéico de batida.
PIMPÃO. Rapaz pequeno metido a valentão.
PINANTE. Antiga denominação do auxiliar de serviços gerais. “Eu não tenho serviço deferente para homem e para pinante.” (Memórias de um menino pobre, p 127)
PINCHAR. Metaplasmo de supressão por aférese de apinchar. Atirar fora, jogar, zuniar.
PINDABUNA. 1- Nome de uma árvore.
2- Nome de um ribeirão na cidade de Imbituba.
PINDAÍBA. (do guarani) Pinda = vara de pescar, anzóis + iba = pendurado.
A expressão “estar numa pindaíba” tem sentido análogo. Estar pendurado, encrencado, endividado. Nome de uma árvore.
PINDOCA. Pino do manjolo que bate e mói os grãos na atafona. Var. Pinduca.
PINDOCAR. Pôr (o milho seco) de molho para tirar-lhe a película. Aurélio Ferreira registra como expressão tipicamente catarinense.
PINDUCAR. (c.l.c.) Pensar, raciocinar. P.ex.: “Fulano não pinduca bem.” Neste caso, que dizer doido, tolo, lelé, tantã. Uma analogia à pindoca, que sempre faz a coisa certa, regular.
PINGOLA. Pinguele.
PINGUÇO. Beberrão, cachaceiro, pau d’água. No oeste Lothieu informa bingunço. Em Camboriú pode-se ouvir
pingunço e até pingunça. “ O pinguço se encrespa e bate na P.M.” (Diarinho 6739 p 5)
PINGUEL. Pênis. Por ser muito formal, o falante vulgar usa mais a forma paragógica de “pinguéli”. Silveira Júnior registra essa forma em Memórias de um menino pobre.
PINGUELA. 1-Pequena ponte “Ele teve que improvisar uma pinguela.” (Defreitas, p 28)
2-Localidade da cidade de Paulo Lopes/Garopaba.
PINGUELE. (c.l.c.)Var. de pinguéli ou pinguelo.
PINGUELETE. Pingueleto.
PINGUELETO. Pequena haste que serve para segurar a arapuca. Qualquer haste de pequeno porte.
PINGUELO. Pênis, piça, pica, tabaco, são alguns dos nomes que se dá ao órgão reprodutor masculino. Estes nomes ocorrem especialmente no litoral catarinense. Em diversos lugares do Estado se pronuncia pinguel.
PINGUERITO. Localidade da cidade de Alfredo Wagner.
PINICAR. Bater com o bico. Escavocar, retirando pequenas partículas de materiais sólidos.
PINOTE. Solavanco de cavalo, pulo, corcoviação. “Novos pinotes do cavalinho.” (D. Soares - Boi-de-mamão catarinense - p 4)
PINÓIA. Usado comumente na expressão “uma pinóia”. A expressão revela uma ação de negação, querendo afirmar negativamente um ato.
P. ex. Alguém acusa outra pessoa e ele retruca ironicamente : “Foi eu uma pinóia!”. Com essa expressão ele quer dar ênfase ao fato de que ele não fez tal coisa.
PINTA. Panca, prosidade, aparência bonita. “Fulano foi à festa numa pinta!!!”
PIOCO. Bolinha pequena que o jogador de quilica a substitui pela joga, para dificultar o acerto. Linguagem do litoral norte gaúcho e sul catarinense. (Inf. de Valdir “Gaúcho” Amaral. BC)
PIORRA. 1-(subst.) Pequeno pião movido com as forças dos dedos.
2- (adjt.). Menina muvida, intanguida.
PIPOCO. 1- Picoco.
2- Diz-se do grão de milho de pipoca que não rebenta.
PIQUE. Pedaços de cabelo que sobram depois do corte.
PIRA! Imperativo de pirar, usado como interjeição exclamativa. Ordem para sair, se mandar. Fora! Carca!
PIRABEIRABA. (do guarani) Pira = peixe + beraba = brilhante. Nome de um distrito da cidade de Joinville.
PIRAÍ. (do guarani) Pira = peixe + í = rio. Nome de um rio, na cidade de Joinville.
PIRAJUBAÉ. (do guarani) Costeira do Pirajubaé. Topônimo que designa um bairro florianopolitano.
PIRAMBEIRA. Barranco muito alto, despenhadeiro, peral.
PIRAMBIJU. (do guarani) Peixe do norte do litoral. “O pirambiju, peixe de couro, pesa de 5 a 6 quilos.” (Defreitas p 47)
PIRÃO. Principal comida típica do litoral catarinense. Água com farinha. Apresenta diversos nomes no Estado: Jacuba, jacuva, nailon, chiputa, pirão assustado, etc.
PIRAPÓ. (do guarani) Rio da cidade de Chapecó.
PIRAQUERA. (do guarani) Um dos nomes da lagoa do Ibiraquera em Imbituba.
PIRAR. 1- Carcar, sair. “Te arranca, pira!”.
2- Endoidar, envaremar, enlouquecer.
PIRATUBA. (do guarani) Pira = peixe + tuba = abundância. Topônimo catarinense de origem indígena, que quer dizer: lugar de peixe.
PIRIÁ. Nome de um roedor da família dos cavídeos, semelhante ao rato, de tamanho maior; tanto que é chamado de rato-piriá. Seu habitat natural é o brejo e sua carne é apreciada por alguns caçadores. Cujá, nútria.Var. Preá.
PIRITU. (do guarani) Pira = peixe + itu = salto Localidade da cidade de São João do Sul.
PIROCA. (chulo) Pênis.
PIROLETA. Pirueta, cambalhota.
PIRRAÇA. Acinte, teimosia.
PIRRALHO. Piá, rapaz pequeno, guri pequeno, criança,
PISADO. (c.l.c.) Ferida, pereba, corte ou qualquer infecção cutânea.
PISQUIM. (c.l.c.) Modo de o antigo litorâneo catarinense dizer pasquim: jornal anônimo, satírico e difamador, colocada em lugar público.
PISTANHA. Variante de pestana, a expressão “tirar uma pistanha” significa cochilar, tirar um soninho, puxar um ronco, sestear.
PITACO. (n. cat.) Defeito. No centro do litoral se diz “pitafo”.
PITAFE. Pitafo.
PITAFO. Defeito. P.ex.: “Gosta de botar pitafo em tudo.”
PITAR. Fumar.
PITO. 1-Cigarro, palheiro.
2-Bronca, curro, desaforo.” Pela primeira vez eu vi alguém passar um pito, assim em público, a um subordinado. (Pirão com Milongas) “O pito do governador - Luiz Henrique deu ontem uma dura em Edison Piriquito, pelo telefone.” (Nota do colunista Prisco Paraíso, em A Notícia – site do Jornalista Aderbal machado – 22/05/2009)
PITOCAR. Cortar até no toco.
PITOCO. 1- (subst.) Bermuda que os pescadores usam para pescar.
2- (adjt.). Diz-se do rabo cortado do cachorro. Cotó.
3- (adjt.). Qualquer objeto menor que o normal.
PITUCA. Chepa de cigarro.
PIÚCA. Fumo de corda de boa qualidade. (D. Soares, p 15)
PIUMIM. Espécie de cobertor de pena conhecido na cidade de Luís Alves. (Inf. L. C. Tigrão)
PIVICA. Na linguagem gauchesca do lageano é a menor bolinha do jogo. Pioco. Isquinho para os centro-litorâneos.
PIVIDA. Doença que dá na língua das aves. Var. pilida.
PLÁ. Lero, lero-lero. Conversa. Usado na explressão “BATER UM PLÁ”. “Ela promete pintar na city ainda esta semana pra ter um plá com os vereadores, e ameaça pedinchar à dona justa que force o prefeito Edson Periquito (PMDB) a terminar a empreitada.” (DIARINHO – Geral – 02 de junho de 2009.)
PLACA. Lamparina de azeite, pomboca. “Sem placa não dá como é que a gente vai enxergar?” (Luizilla p 37)
PLANCHÃO. Plancha grande. Prancha de madeira. Tronco de madeira fraquejado em forma de tábua de grosso calibre. Variante: pranchão.
POAIA. Vaidoso, requintado no falar. (A. Campos, Dic cit)
POIA. Mulher malandra, lenta, que fica parada.
POIOCA (ó). Gíria equivalente à porcaria, droga. P.ex: “Bem quando eu precisei esta poióca não funcionou.”
POIPAR. Variante de poupar, economizar.
POIR. Gasto pelo uso. “Vou jogar fora esta camisa que está poída” (J.R.Gretz p 40)
POITA. Espécie de fatexa ou âncora feita de pau, com quatro tiras de taquara de cutia, com uma pedra de paralelepípedo no centro para fazer o peso. “Como uma poita leve, para mergulhar na água” (Silveira jr Op cit)
POLENTUCA.(Ital.) Diminutivo de polenta ocorrido na cidade de Luís Alves.
POMBA. Pomboca.
POMBA-LESA. Diz-se da mulher lerda, molo, vagarosa.
POMBEIRO. Antiga denominação do negociador, intermediário atravessador de mercadorias, geralmente peixe. “Os pombeiros corriam vilas a oferecer artigos para vender.” (O. Cabral - Composição do complexo social de Santa Catarina - in “Povo e Tradição” p 28)
POMBOCA. 1- (Chulo) Vulva.
2- Lamparina a querosene, que Silveira Júnior afirma (BCCF) ser
idiotismo de Camboriú.
“foi ali que trabalhou nos tempos em que as folclóricas pombocas foram aos poucos cedendo lugar à eletricidade” (Rádio Peão p.76)
PONCHOTE. (chó). Orifício na pedra, onde se crava o piçoco que vai atorar a pedra.”...durante a operação de riscar, fazer ponchotes ou fender as pedras.” (J.A. Rebelo - O Menino e a Pedreira, p13)
PONTERO. Espécie de punção de bico, que os broqueiros usam para fazer os ponchotes. Variação de ponteiro.
POPÔ. A bunda, nádegas, volta-do-apá.
PORISCA. Aférese de poriscaldado. Diz-se do pirão cru, que não foi escaldado. Jacuva, chiputa, nailom.
PORISCALDADO. Pirão cru, feito com água fria. Antônimo escaldado, que é o pirão feito de água ou feijão fervendo.
PORONGO. Catuto, cabaça. Nome de um botijão de cobre, para a destilação da cachaça ou do vinho. (Virgílio Várzea Op cit p 206)
PORQUERA. Síncope de porqueira. Pessoa lerda, molenga, de pouco valor.
POSTEMA. Inflamação, ferida ou a matéria que supura dela.
POTA. Variante de puta, em exclamações de espanto, admiração, etc. "Pota-la-vida!" Puts.
POTECAS. Nome de uma localidade na cidade de São José.
PRACEL. Metátese de Parcel.
PRACELI. Paragogia de pracel. Grandes pedras dentro do mar.
PRATILEVA (lé). Metanálise de pra-ti-leva (pra ti levar). Chulo - Pênis.
PRECHECA. (ché) Vulva, xexeca. “ O falso ginecologista espiava a prechéca da mulherada. Chegou a espiar dezenas de prechequinhas como se fosse um doutor de verdade”. (Diarinho 6739 - p8)
PRECHEREVA. (ré) Variação de pregereva, porém como chulo, se aplica como sinônimo de vulva.
PREGEREVA. (ré) Nome de um peixe do litoral catarinense. Usa-se de maneira maliciosa como sinônimo de pênis avantajado: “pratiléva”. “Pregereva, o badejo, a miraguaia e a garoupa, são peixes de pedra.” (Defreitas p 48)
PRESEPADA. Fazer arte, fazer figura, trapaça.
PRESEPERO. Pessoa que faz presepada, arteiro, figurento, trapaceiro.
PRESTO. Variação de préstimo. Ex: “Pessoa que não tem presto pra nada.”
PRÓPIO. Síncope de próprio.
PROSA. Vaidoso, orgulhoso, pancoso. “Horas depois voltou todo prosa e colocou o trabalho sobre a mesa do Helvécio” (Rádio Peão p.55)
PROSTA. (prós) Haplologia ou hapaxepia que causa a síncope para a palavra próstata.
PROVALECIDO. Variante de prevalecido.
PUÁ. Espora sem roseta.
PUADA. (C.l.c) Grande velocidade, embalagem. “O carro passou aqui numa puada!”
PUBA. Massa puba, massa de mandioca crua. Cacuenga.
PUÍNA. (Ital.) Espécie de requeijão. Registrado na cidade de Rio dos Cedros e Rodeio com /I/ tônico. (A. Lenard Op cit)
Na cidade de Luís Alves, de forte influência italiana, Luís Carlos Tigrão apresenta a forma “puina” com o / I / átono.
PUÍTA. É como os tijuquense chamam o instrumento denominado “cuíca” (A. Campos - Nosso Folclore p 32)
PUNHETA. Masturbação, bronha.
PURNIGO. Afluente do Iguaçu.
PUTANGA. Localidade e afluente do Rio Araquari. “Um pé de vento começando lá pro lados do putanga.” (Memórias de um menino pobre, p 21)
PUTANGUEIRO ou PUTANGUENSE. Habitante de Putanga.
PUTINGA. Vegetação comum no oeste catarinense que grassa à beira rio, semelhante à taquara. “Soltei os bois no mato para comer umas putingas”. (Crônicas do Oeste p 97)
PUTZ! Interjeição que de um modo geral é mais usada pelos descendentes de alemães. Var. de pota, puta. “Putz meu, que festa !!!” (M. Tenfen p 30)

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